quinta-feira, 10 de junho de 2010

O único remédio é o tamufu

A Dilma é uma verdadeira laranja do Lula. Como este tentou um terceiro mandato e foi devidamente contido pela reação da sociedade, ele resolveu usar a máquina pública para eleger uma laranja, que se eleita, ficará sob a ordem direita do lulla.
Nós estamos todos fodidos.
Se Serra ganhar, não mudará nada mesmo.
Afinal, a merda continuará a mesma apesar da mudança das moscas.
Ela é o lula não sabem de nada, não conhece assunto algum. Ela pelo menos é sincera. Já o lulla lelé vive no mundo da lua, sendo uma verdadeira anta ambulante.


Dilma Lula da Silva
Brasil S.A - Antônio Machado
Autor(es): Por Ricardo Allan
Correio Braziliense - 10/05/2010


Dilma anula sua personalidade em nome de um suposto caminho tranquilo à Presidência

No programa Casseta e Planeta, a pré-candidata petista à Presidência da República, Dilma Rousseff, é a estrela do quadro que simula um reality show. Nele, os principais pretendentes ao Palácio do Planalto trocam farpas. A Dilma do Casseta fala com a voz de Lula, tem seus trejeitos e até lhe falta um dedo na mão. Não há imagem que sintetize mais sua aventura pela seara eleitoral. Como uma charge política, vai direto ao ponto. Equivale a colocar a ex-ministra no colo do seu mentor e fazer dela um mero boneco de ventríloquo. Isso não estaria longe do que ocorre desde que a então chefe da Casa Civil aceitou a missão de disputar a preferência do eleitorado. Ela só fala as palavras dele. Só tem as ideias dele. Só se comporta como ele. Ela é ele de saia e sem barba.


Na semana passada, Dilma Lula da Silva teve uma rara oportunidade de mostrar conteúdo próprio. Não a aproveitou. Em participação especial no Reuters Latin American Investment Summit, na quarta-feira, desfilou uma série de platitudes sobre economia. Não teve um único momento de ousadia. Não deu um passo fora da cartilha pela qual reza o governo. Não é que tenha simplesmente se abstido de discordar, o que seria compreensível. O problema é que não mudou nem a inflexão de voz. O que fez foi prometer mundos contraditórios. Garantiu que, eleita, continuaria com a política de cortar impostos sobre os investimentos produtivos, mas manteria a meta de superavit primário em 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB).



O superavit primário é a economia que o governo faz para pagar parte dos juros da dívida pública. Se vai diminuir a carga de impostos e manter o nível de recursos poupados, só lhe resta cortar gastos correntes, principalmente os com pessoal e os de custeio. Certo? Não. Ao contrário. Dilma pretende fortalecer as empresas estatais, contratar mais servidores e ampliar a presença do governo na sociedade. Ela descartou fazer um novo ajuste fiscal. “Para quê? Ele está feito. Eu não faria ajuste. Eu vou fazer modificações”, disse. Que alterações? Em que pontos? Silêncio... Apertada pelos repórteres da agência Reuters, ela aceitou trocar o ajuste nas contas por uma reforma administrativa que incentive a meritocracia e o profissionalismo. Não disse como a faria.


No resto dos temas propostos (exportações, formação de reservas internacionais, taxa de juros, câmbio, respeito a contratos etc.), continuou seguindo as palavras de seu guia. Dilma anula sua personalidade em nome de um suposto caminho tranquilo à Presidência. A estratégia de seus marqueteiros é repetir incessantemente o quanto o governo Lula é bom e revolucionou o país, comparado com o desastre que foi a administração Fernando Henrique Cardoso. Pura mistificação, como já se viu nos filmetes de 30 segundos do PT, veiculados na TV no fim de semana. Até no dom de iludir as massas com dados distorcidos e mentiras repetidas, na esperança de que virem verdade, Dilma quer emular seu mestre. As urnas vão dizer se vai colar ou não.


Emplastro



O fortalecimento da presença do Estado na economia é uma ideia fixa que se pendurou no trapézio mental de Dilma Lula da Silva, tal qual o emplastro na cabeça de Brás Cubas. Com isso, a candidata a pilotar a economia e as relações internacionais brasileiras mostra que não está entendendo nada do que se passa na Grécia, o primeiro dos Piigs a cair — o acrônimo, que lembra pejorativamente a palavra “porco” em inglês, reúne Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha, cinco países da Zona do Euro com altíssimo endividamento público e deficit fiscal. O que destruiu as finanças gregas e ameaça agora a estabilidade da moeda comum europeia foi querer tudo ao mesmo tempo: manter despesas do governo em alta, dívida fora do controle, aposentadorias privilegiadas e, ainda assim, entrar no mundo dos ricos tendo o euro como passaporte.


Para fugir do debate, Dilma e seus assessores, como o ideólogo Marco Aurélio Garcia, acusam FHC e o candidato tucano, José Serra, de defender o Estado mínimo liberal. Se o testemunho já é falso em relação à Presidência do sociólogo, soa ridículo quando contraposto ao ex-governador de São Paulo. Segundo a propaganda petista, Serra vai acabar com o Bolsa Família, demitir servidores, privatizar a Petrobras e o Banco do Brasil, fechar órgãos públicos, além de cortar despesas na saúde, educação e segurança. Ou seja, é a própria visão do demônio para quem está acostumado a ter o Tesouro Nacional como o grande pai. Não demora, vamos ver alguma atriz petista na propaganda eleitoral gratuita, dizendo com voz trêmula: “Eu tenho medo.”


Musculoso



Nunca é demais repetir: o Estado brasileiro não tem que ser gigantesco nem mínimo. Precisa ser musculoso para ter uma presença forte onde ele é necessário, especialmente na saúde, educação e segurança. Deve permitir a igualdade de condições para estudantes e trabalhadores tomarem conta da própria vida, estimular a competitividade, o profissionalismo e a livre iniciativa e regulamentar a economia para coibir excessos que distorçam a concorrência e prejudiquem o consumidor. Deve respeitar contratos, cuidar do poder de compra da moeda e manter o equilíbrio das contas públicas. Deve ter programas sociais para incluir quem ficou para trás, mas sem estimular a vagabundagem.


O leitor deve chamar o Estado descrito acima da forma que quiser. O fato é que, para desempenhar sua função direito, o atual terá que passar por uma dieta. Precisa ficar mais leve e, principalmente, invadir menos o bolso dos contribuintes em busca de recursos. No Brasil, o Estado, que já era gordo, ficou mais pesado no governo Lula. Contratou-se como nunca, apaniguados e concursados. Os gastos com pessoal e encargos previdenciários tiveram aumento exponencial, embora a equipe econômica torture os números para que eles digam o contrário. Estatais foram criadas e até ressuscitadas (Telebrás). Na administração Dilma Lula da Silva, se o eleitor decidir que ela sairá do mundo dos sonhos (alguns dirão pesadelos) para o real, o Estado brasileiro deve chegar à obesidade mórbida.



Ricardo Allan é subeditor de economia


J. Cássio.