domingo, 5 de setembro de 2010

Deus lulla lellé, Diabo FHC. Religião e Política, tudo a ver.


Já não se faz mais advogados como antigamente. Já não existem mais religiosos como antigamente. Já não existem mais homens com H maíúsculo como antigamente.  Há homem que com revolver na mão é um bicho feroz. Sem revolver na mão é um VERDADEIRO COVARDÃO. 

A sociedade brasileira, com as respeitosas exceções, é uma sociedade COVARDONA. Não está acostumada e nem quer a assumir responsabilidades.
As coisas boas, ela atribui a Deus. As coisas ruíns, ela atribui ao Diabo. Então, aos olhos da sociedade, Deus e o Diabo são figuras importantes.  Ora, onde fica a responsabilidade da sociedade? 

As coias boas, a sociedade atribui a DEUS porque o povo sempre foi educado a lhe atribuir tudo de bom e, consequentemente, devolver a DEUS, em forma de DÍZIMO (em relação ao estado, o imposto) aquilo que DEUS lhe proporcionou.
As coisas ruins, a sociedade atribui ao DIABO, eis que a sociedade não tem o hábito de assumir RESPONSABILIDADES.
Então, para fugir do DIABO, a sociedade deve buscar DEUS, eis que este é o seu protetor (não obstante estarem todos sujeitos a todo tipo de contratempo na vida).

Para esta sociedade BIPOLAR, a existência de Deus é tão importante quando a existência do Diabo.
Se não existisse o DIABO, quem iria assumir a paternidade das coisas ruins?
O que seria da sociedade se não houvesse a BIPOLARIDADE DEUS e DIABO?

E ainda, 93% da sociedade tem a cara-de-pau de se auto declarar CRISTÃOS.
A sociedade brasileira não, como ela se auto declarara, só religiosa. Antes de tudo, é PATRIMONIALISTA, grosso modo, MATERIALISTA.


Entre a honra, a vergonha na cara, a dignidade, o respeito, o amor ao próximo e  o dinheiro, a sociedade prefere este ÚLTIMO.
A sociedade brasieira é BIPOLAR. Fica do lado que melhor lhe convier FINANCEIRAMENTE.
Da boca prá fora, a sociedade é RELIGIOSA mas, da boca para dentro ela é TOTALMENTE PATRIMONIALISTA.
Os PTralhas, aproveitando a dualibade da sociedade, também reencarnou a figura de DEUS a lulla lellé e do DIABO do FHC.
Tudo de bom que tem no país (por favor, preciso saber o que significa este "tudo de bom") foi o obra do DEUS lulla lellé. Tudo de ruim foi obra do DIABO FHC.

Desta forma, deve o povo RETRIBUIR ao DEUS lulla lellé, em forma de VOTO, o DÍZIMO pelas coisas boas que existem no país.
 
O DEUS lulla lellé recomenda ao seu POVO que fuja do DIABO FHC, eis que este é a fonte de toda coisa ruim.
 
Como se vê, tanto na RELIGIÃO como na VIDA SOCIAL, o povo não constuma assumir RESPONSABILIDADE.
As coisas que acontece ao povo, este pobre povo atribui ao DEUS lulla lellé. As coisas ruins, este povo atribui ao DIABO FHC.
Ora, este povo NÃO É CAPAZ? Não assume RESPONSABILIDADE pelo que faz?
Religião e política. Tudo a ver.

Os PTralhas sabem e se utilizam muito bem desta característica.
A vitória dos PTralhas nestas eleições, confirmarão esta tese.
Espero estar enganado. Espero me penitenciar. Espero me desculpar.
Aguardemos, então.

Aproveitem, se assim desejar, o belíssimo texto do Jornalista Augusto Nunes.

http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/direto-ao-ponto/o-anjo-da-guarda-da-bandidagem-federal-mostra-a-falta-que-um-sobral-pinto-faz/
04/09/2010
às 22:44 \ Direto ao Ponto

O anjo-da-guarda da bandidagem federal mostra a falta que um Sobral Pinto faz

Em julho de 2005, foi Márcio Thomaz Bastos, então ministro da Justiça, quem aconselhou o presidente da República e seus delinquentes de estimação a transformarem o escândalo do mensalão num edição revista e atualizada do velho caixa dois. Não houve uma roubalheira de dimensões siderais, ensinou o anjo-da-guarda da bandidagem federal. Houve apenas uma acumulação um tanto descuidada de “recursos não-contabilizados”.

Cinco invernos depois, foi Márcio Thomaz Bastos quem teve a ideia de transformar o estupro do sigilo fiscal de adversários do governo — um afrontoso pontapé na Constituição — como uma malandragem brasileiríssima, uma safadeza rotineira, generalizada e sem nada a ver com política ou eleições. É Márcio Thomaz Bastos quem dita o que andam declamando tanto o chefe de governo como o resto do palanque.

Quando, por exemplo, um Guido Mantega diz que nenhum sistema é inviolável (nem o da urna eletrônica, presume-se), pode-se ouvir com nitidez a voz do inventivo criminalista. Quando nasce aparentemente do nada uma lista que junta dezenas de anônimos e um punhado de figuras que nunca frequentaram comícios, é dele a mão que a balança no berço. Se até a apresentadora Ana Maria Braga entrou na trama do mafuá de Mauá, por que estranhar a presença na multidão de vítimas de Verônica Serra e alguns tucanos ligados ao candidato da oposição? Crime político, está avisando o truque, é coisa que só existe na cabeça da turma da teoria conspiratória.

Os amigos do doutor deveriam aproveitar a próxima festa de aniversário para ler em voz alta, na hora de apagar as velas, o trecho do post aqui publicado em maio de 2009. Trata de um episódio protagonizado pelo advogado Heráclito Fontoura Sobral Pinto e pelo poeta Augusto Schmidt. E merece ser ouvido ao menos uma vez por gente que se vale da competência profissional e da astúcia congênita para favorecer a institucionalização da injustiça, para impedir a punição dos culpados e para dar passagem aos inimigos do estado democrático de direito.

Sobral e Schmidt eram amigos de muitos anos quando conversaram por telefone em 16 de outubro de 1944. Além de versos, Schmidt sabia também fazer dinheiro como editor, intermediário de transações financeiras e ocupante de cargos públicos. Naquele dia, foi o empresário quem ligou, para pedir ao jurista que reservasse todo o dia 20 ao exame da documentação que lhe permitiria representá-lo numa causa de natureza trabalhista.

Sobral informou que, antes de aceitar o serviço, teria de verificar se o candidato a cliente tinha razão. Advogado não é juiz, replicou Schmidt. Ouviu outra vez que o convite só seria aceito depois do exame eliminatório. Como tudo teria de ser feito até o dia 21, ponderou Sobral, Schmidt talvez devesse contratar outro defensor. A conversa não deve ter terminado bem, atesta a carta remetida pelo advogado no dia seguinte. É uma luminosa aula de Direito. E uma irretocável lição de vida.

”O primeiro e mais fundamental dever do advogado é ser o juiz inicial da causa que lhe levam para patrocinar”, ensina o doutor Sobral. “Incumbe-lhe, antes de tudo, examinar minuciosamente a hipótese para ver se ela é realmente defensável em face dos preceitos da justiça. Só depois de que eu me convenço de que a justiça está com a parte que me procura é que me ponho à sua disposição”. A regra vale também para velhos amigos? Claro que sim: “Não seria a primeira vez que, procurado por um amigo para patrocinar a causa que me trazia, tive de dizer-lhe que a justiça não estava do seu lado, pelo que não me era lícito defender seus interesses”.

Vista por Sobral Pinto, “a advocacia não se destina à defesa de quaisquer interesses. Não basta a amizade ou honorários de vulto para que um advogado se sinta justificado diante de sua consciência pelo patrocínio de uma causa. (…) O advogado não é, assim, um técnico às ordens desta ou daquela pessoa que se dispõe a comparecer à Justiça. (…) O advogado é, necessariamente, uma consciência escrupulosa ao serviço tão só dos interesses da justiça, incumbindo-lhe, por isto, aconselhar àquelas partes que o procuram a que não discutam aqueles casos nos quais não lhes assiste nenhuma razão”.

A aula termina com palavras que deveriam ser reproduzidas em bronze nos pórticos das faculdades de Direito:  ”É indispensável que os clientes procurem o advogado de suas preferências como um homem de bem a quem se vai pedir conselho. (…) Orientada neste sentido, a advocacia é, nos países moralizados, um elemento de ordem e um dos mais eficientes instrumentos de realização do bem comum da sociedade”.
Pelo que andam fazendo nestes tempos estranhos, raríssimos bachareis concordam com Sobral Pinto. Não lhes interessam atenuantes que abrandem o castigo merecido, não lhes passa pela cabeça dar razão a quem tem. Preferem recitar que todo acusado tem direito a um advogado — uma verdade que ninguém contesta — e imediatamente abrir o cortejo de mentiras promovido para manter em liberdade clientes sabidamente culpados.

No Brasil da Era Lula, os bachareis que cobram por hora assumem sem constrangimentos o papel de de cúmplice de bandidos irrecuperáveis. Pena que o doutor Sobral não tenha vivido para, em mais uma carta irretocável, dizer-lhes claramente o que são.